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GRUPO DE INVESTIGAÇOM JUVENIL

Umha proposta para toda a mocidade


Hoje em dia, a mocidade ao redor do globo enfrenta-se a um conjunto de crises único: devastaçom climática e ecológica, guerras sem fim, isolamento extremo, ataques patriarcais, e explotaçom económica. O sistema dominante entende a realidade da mocidade e o seu potencial como umha vanguarda do câmbio social. Sabem que a mocidade experimenta contradiçons intensas dentro deste sistema.


Como pode ser possível como mocidade aceitar um sistema que destrói as condiçons para a vida na terra, que aniquila a sociedade e ataca todo o que lhe dá valor a vida?


Para proteger-se das soluçons revolucionárias que demandam estas questons, o sistema desenvolve umha forma de política que separa a mocidade da sua identidade. Hoje, é difícil como mocidade definir-nos fora das categorizaçons do sistema. Sem identidade, a gente moça também está desconectada da história e da sociedade.


Desde pequenas di-se-nos que a realidade do capitalismo é a única realidade possível, e que a alienaçom com a que vivemos como resultado é a única maneira possível de viver. Sem um conhecimento da nossa história e umha intençom de construir o nosso futuro, interiorizamos e aceitamos esta vida baleira como natural.


Em cada geraçom, foi a mocidade quem atuou como a vanguarda da transformaçom social. Mas por causa da nossa situaçom atual a mocidade de hoje nom é capaz de encher este rol com todo o seu potencial. Podemos ser facilmente atacadas polo sistema e manipuladas para defende-lo.


Como a rede Lêgerîn, queremos cambiar esta situaçom e animar á mocidade ao redor do mundo a reclamar a sua iniciativa e o seu espírito revolucionário. Para isto, propomos a ideia do “Grupo de Investigaçom Juvenil”.


Para apresentar a nossa ideia, referímo-nos a um extrato do 8avo número da nossa revista:


Para poder conhecer a nossa história e realidade devêramos crear comités que investiguem como o liberalismo se estendeu na nossa sociedade. Quais som as raízes culturais e tradiçons da nossa sociedade? Quais eram os seus valores e princípios e como se organizava a vida diária antes de que se estendesse o liberalismo, e como este último se estendeu? Qual é a história da mulher e da resistência contra o sistema do estado e o liberalismo? Todas estas som perguntas ás quais devêramos buscar respostas para poder conhecer a história democrática da nossa sociedade. Reconstruir esta sabedoria sobre a nossa cultura dará-nos força contra os ataques do liberalismo.


A defensa da nossa cultura e das nossas tradiçons contra um liberalismo que intenta comercializa-las e mercantiliza-las é também umha tarefa importante. Devêramos desenvolver trabalhos culturais ou participar neles para poder manter a cultura nas mãos da sociedade. Non deveríamos deixar o tema da cultura á extrema direita! É valiosa e forma a memória coletiva das nossas sociedades. Falando com a gente maior, conhecendo as nossas raízes familiares, investigando sobre a nossa história, poderemos compreender o presente e pensar em futuro.


Abdullah Öcalan, o líder encarcerado e o guia ideológico do Movimento pola Liberdade do Kurdistám, também di que:


Com umha falsa concepçom da história, um nom pode viver decentemente. Quanto melhor conheçamos o desenvolvimento da sociedade, melhor podemos construir umha vida decente.


Baseamos esta ideia no significado de ‘Lêgerîn’: “buscar”. A busca da liberdade é a base da vida e é algo polo que todo ser vivo luita. Devemos comprometer-nos na busca da verdade, a busca de respostas à crise atual, e na busca da nossa identidade e raízes.


Como mocidade, junto com as mulheres, somos o grupo social melhor posicionado para fazer a revoluçom e construir umha sociedade livre. Para poder cumprir com este rol, devemos tomar de volta a nossa identidade, a nossa consciência histórica, a nossa cultura, e com isto a nossa conexom direita com os valores morais da sociedade fora do liberalismo, do capitalismo e do estado.


Para dar-lhe umha estrutura a esta necessidade, propomos a criaçom dos Grupos de Investigaçom Juvenil (Youth Research Groups) organizados e desenvoltos autonomamente por gente moça. Estes grupos concentraríam-se em investigar a história da mocidade no seu contexto local específico, já seja na sua cidade, regiom ou naçom.


Os temas a investigar por estes comités poderiam ser os seguintes:


-História da resistência juvenil: que papel jogou a mocidade na história das revoluçons, movimentos sociais e protestas?


-Qual era o estilo de vida, a cultura, a organizaçom social nos nossos territórios antes do capitalismo? E, que rol jogava a mocidade nesta sociedade?


-Hoje, que segue vivo da cultura local e das tradiçons democráticas no nosso território?


-Qual é a situaçom atual da mocidade dentro do sistema capitalista? E, que rol joga hoje na nossa sociedade local?


-Como ataca o sistema atual à mocidade? E, como foi o sistema adaptando e desenvolvendo os seus métodos de ataque à mocidade?


Entendemos a investigaçom como algo muito mais amplo do que o enfoque clássico que reserva a investigaçom unicamente ao mundo académico. Para isto, nom há umha única metodologia que recomendemos. Quando é livre das restriçons do positivismo, a investigaçom pode adotar muitas formas diferentes e tem que ser primeiro desenvolta na nossa vida diária. A investigaçom começa perguntando-nos a nós mesmas e desenvolvendo o desejo de topar respostas.


Podemos dar alguns exemplos de práticas de investigaçom que poderiam ser desenvoltas nestes grupos:


-Reunir-se com gente maior e conversar com ela

-Ir coletivamente a museus e arquivos locais

-Contactar com grupos locais já existentes de investigaçom cultural ou histórica

-Organizar debates públicos sobre a história e a cultura local

-Contactar com organizaçons juvenis que existam hoje em dia e falar com elas sobre as suas atividades, o seu entendimento da identidade da mocidade, os seus objetivos, os problemas aos que se enfrotarom...etc

-Organizar obradoiros em escolas, institutos, universidades

-Caminhar por lugares históricos e esforçar-se em descobrir histórias desconhecidas de lugares familiares


Para a mocidade na diáspora estes grupos podem ver-se também como um meio de auto-defensa contra a dinâmica colonial da assimilaçom cultural desenvolta polo estado-naçom. Podemos usar isto como umha maneira de reconectar com as lutas da mocidade tanto na terra natal como na diáspora.


Estes grupos podem ser públicos, para poderem ser acessíveis a toda a mocidade interessada na investigaçom. Logo dum tempo inicial investigando será possível começar a produzir material como textos, entrevistas, vídeos documentários, música, bandas desenhadas, ou pódcasts. As possibilidades som infinitas. Desde a base da investigaçom podem desenvolver-se outros coletivos, como grupos de música para reviver a música tradicional, companhias de teatro popular, assembleias da mocidade local…etc.


Baseando-se nas perspetivas dadas por Abdullah Öcalan em “Sociologia da liberdade” podemos imaginar estes grupos como parte das tarefas morais, intelectuais e culturais requeridas para a reconstruçom da modernidade democrática.


A nossa ideia é publicar um texto de um destes grupos em cada novo número da revista Lêgerîn e usar o nosso sítio web e as nossas redes sociais para difundir os resultados das investigaçons. Estes grupos serám livres de desenvolver de maneira autónoma os seus próprios trabalhos e perspetivas, mas imaginamos umha estrutura confederal que conecte os diferentes grupos e abra a possibilidade do intercâmbio, do diálogo e da investigaçom comum.


Para concluir esta proposta rematamos com umhas palavras de Abdullah Öcalan, do 2do volume do Manifesto por umha Civilizaçom Democrática :


A herdança da grande sociedade revolucionária da Idade Neolítica, umha sociedade que respeitava a ordem comunal e recetiva à santidade da vida, segue vigente ainda que grande parte dela foi, tanto material como moralmente, consumida por todas as civilizaçons. Isto chega-me ao coraçom e entristece-me.


Devemos aceitar como própria a história dos que tam heroicamente resistírom e atacarom: deixade-nos acolher isto como a nossa própria história-a história da civilizaçom democrática. Devemos, por suposto, investigar a fundo esta história, que foi esquecida e apropriada, e logo escreve-la e reclama-la como nossa. Nom deveríamos reclamar a história dos débiles portadores de coroas e possuidores de palácios, e sujeitos palaciegos que forom seduzidos pelos adornos das coroas civilizatórias e atraiçoarom o trabalho dos pobres tribais, a sua resistência e rebeliom, os seus logros e a sua sabedoria. Sem esta distinçom, a história da civilizaçom democrática nom pode ser escrita. E se esta história nom é escrita nom podemos levar a cabo umha luta efetiva pola democracia, a liberdade e a igualdade.


A história som as nossas raízes. Igual que umha árvore nom posse continuar a sua existência sem as suas raízes, o ser humano nom pode escolher umha maneira de viver livre e honorável se esta nom se basea na sua história social. A história civilizatória que prevalece proclama que existe somente umha história. A menos que podamos libertar-nos desta visom reducionista e dogmática da história, nom se poderá desenvolver umha sociedade democrática e socialmente consciente.


Nom se deveria assumir que na história da civilizaçom democrática há umha falta ou vazio de eventos, alianças e instituçons. Polo contrário, nesta história abundam os mais ricos materiais. Tem umha riqueza igual à da história da civilizaçom: tem a sua própria mitologia, religiom, filosofia, ciência, e arte; tem os seus próprios autores, sábios, e poetas. O único que precisamos fazer é adquirir as capacidades necessárias para avalia-la, seleciona-la, diferencia-la, e escreve-la segundo o nosso próprio paradigma!


Nom estou a dizer que nom podamos fazer uso das armas, instituçons, e mentalidades dos inimigos e rivais. Mas estou a dizer que, ademais, temos que desenvolver a nossa própria mentalidade, instituçons, e armas, e que deveríamos basear-nos nelas. Senom, nunca poderemos escapar ser as vítimas da sua mentalidade, instituçons, e armas, e acabar sendo coma eles.”


Abdullah Öcalan

Manifesto por umha Civilizaçom Democrática – Capitalismo: A Idade dos Deuses Desmascarados e os Reis Espidos”


Estamos mais que interessadas em ter o teu “feedback”, e intercambiar ideias sobre estas propostas.


Respeito e saúdos revolucionários,


Comité Editorial Lêgerîn




 
 

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